Player: Isis
Nome completo: Obinze Chimuanya Nwora
Apelido: Obi
Data de Nascimento: 16 de novembro de 1968
Local de Nascimento: Lagos, Estado de Lagos - Nigéria
Idiomas: Igbo, inglês
Sexualidade: Heterossexual
Relacionamento: Solteiro
Obi (coração) Chimuanya (Meu Deus está vivo) nasceu em meio a uma tormenta, em uma Lagos no fim dos anos 60. Sua mãe Ifemelu - já muito velha para estar tendo um filho em tais condições - não estava aguentando. O local pobre onde estavam mais uma vez se encontrava sem luz, fazia horas, e até mesmo o gerador do hospital já havia chegado ao seu limite um bom tempo atrás. Só restava a Ifem e Ngozi contarem com a vizinha mais velha, que já havia trazido diversas crianças ao mundo. Contra todas as chances, Obinze e a mãe sobreviveram. Seu nome foi escolhido de acordo com a cultura igbo, grupo étnico ao qual a família pertence: representando o momento ou sentimento que passaram durante o nascimento.
Apesar de terem uma boa vida em Lagos, mesmo com todas as revoltas entre povos que ocorriam na época - pouco após a independência nigeriana -, no ano seguinte ao nascimento de Obinze seus pais decidiram se mudar para a República do Biafra quando essa surgiu - que seria destinada aos igbos, separando assim os povos diferentes que estavam na Nigéria. No início pareceu que tudo ficaria bem, mas logo a fome e miséria levaram uma guerra civil ao espaço, na qual Ifem foi morta - deixando assim Ngozi e o pequeno filho sozinhos.
Diversas vezes, Ngozi pensou em desistir. A fome era extrema e o pouco que tinha, acabava dando ao seu filho. Resolveu por fim voltar a Lagos e foi o carregando nas costas durante as centenas de quilômetros que separavam Biafra da grande cidade. Os primeiros anos continuaram duros, mas aos poucos foram se acertando. Ngozi conseguiu um emprego de faxineiro em um banco que surgia, e como tinha algum estudo foi subindo aos poucos, chegando a ser o zelador do local. O dinheiro era pouco, mas para ele e Obinze parecia muito.
Obinze só foi ver uma escola ao completar dez anos, quando enfim o pai tinha conseguido dinheiro o bastante para isso. Já sabia ler, escrever e fazer somas básicas graças ao pai, mas nada além disso. Mesmo assim, não demorou para ir pegando tudo. Era esperto, mal lhe explicavam e já saía perguntando além. Foi com esse espírito que anos mais tarde foi aceito na Universidade de Lagos, na qual cursou medicina.
Não era fácil. Os nigerianos tinham um grande preconceito com a população igbo e seu pai havia se recusado a trocar o nome deles para que não ficasse tão na cara sua etnia: Dizia que o nome de Obinze havia sido escolhido por um motivo muito forte para sua mãe e que não deveriam jamais desrespeitar isso. Obi até tentou ir contra, mas no fim sempre acabava retornando ao seu nome cheio de significado. Obinze arrumava bicos aqui e ali, não se importava de limpar chãos ou o que fosse. Mas as coisas mudaram um pouco quando começou um relacionamento com uma professora: Chinua Nnaji. Chinua havia sido mandada para o Reino Unido enquanto a Nigéria ainda era sua colônia, como refugiada, e lá teve a chance de estudar. Resolveu retornar ao país de origem no início dos anos 80 e chegou a praticar medicina por lá durante um tempo, mas logo começou a achar que valeria mais a pena ensinar mais médicos do que tentar salvar a Nigéria sozinha.
Mesmo que não tivesse lá muito dinheiro também, afinal recebia como uma professora mulher, conseguia dar a Obinze uma vida melhor. Ninguém realmente se importava com o relacionamento dos dois, então logo se mudaram para um quartinho juntos para guardar algum dinheiro. Quando Obinze começou a chegar próximo de se formar, Chinua lhe deu a ideia de ir para a Inglaterra. Já havia sonhado com sair do país algumas vezes, e assim demonstrou interesse. Os contatos de sua namorada, tanto ex-professores ingleses quanto os diversos nigerianos que migraram para lá pelos anos, lhe deram um visto de turista e Obinze apenas precisou arrumar a passagem. Prometeu que o beijo que deu em Chinua no aeroporto não seria o último deles - mas foi.
Chegou em terras inglesas em 1989, com 22 anos e formado em medicina pela Universidade de Lagos. Precisava apenas comprovar seu diploma com um teste e fazer uma entrevista para ser aceito no Foundation Training e ter uma licença parcial de medicina.
Não passou na entrevista.
Obinze ficou desolado. Conseguiu lidar muito bem com o teste, mas a entrevista foi desastrosa. A vida na Inglaterra era milhares de vezes mais avançada que em Lagos - onde nem ao menos conseguia energia elétrica na Universidade, na maior parte das vezes. Não o consideraram apto para lidar com todos os equipamentos médicos que ali existiam. O breve sonho britânico de Obinze terminaria ali... Se não tivesse decidido ficar como ilegal.
Foram dois anos trabalhando nos piores empregos possíveis. Usava identidades de outros colegas nigerianos que no momento não estavam trabalhando (aparentemente, todos os nigerianos eram iguais para os ingleses) para conseguir empregos, mesmo que tivesse que pagar parte do que ganhava para eles, como um aluguel da identidade. Limpou banheiros, estações de metrô, ajudou em mudanças e matou ratos. Dormia no pior quartinho de Newham para economizar o pouco dinheiro que sobrava - e gastava todo ele em livros e tecnologia. Seu tempo livre era passado na biblioteca. Simplesmente precisava ser aceito na entrevista.
Quando, dois anos depois, se considerou apto para fazer a entrevista novamente, notou que não poderia. Estava ali como ilegal e nenhum hospital iria aceitar conversar com ele daquele jeito. Então resolveu que viraria um cidadão inglês: se casando. Seus amigos - na época, a maioria ainda nigeriana - lhe deram o contato de um cara que arranjava casamentos, que lhe deu um preço. Dois meses depois, Obinze estava casado com Elizabeth McLaren.
Lizzie era irlandesa e acabou parando na Inglaterra para tentar se livrar da pobreza, o que não funcionou. Sua mãe, ainda na Irlanda, estava doente e lhe sugava todo o dinheiro. Foi então que resolveu vender seu casamento para pagar o que precisava.
No fim, acabaram se tornando bons amigos. Nunca houve realmente um envolvimento amoroso entre os dois, mas chegaram a trocar carícias, especialmente em momentos de carência. Viviam bem juntos, como amigos, algumas vezes um pouco mais coloridos, mas viviam. No mesmo ano, em 1992, Obinze foi aceito no St. Bart e começou seus estudos ingleses lá. Não tinha tempo de quase nada - mas assim pelo menos conseguia dar para Lizzie o dinheiro que recebia. Quando a mãe dela melhorou, conseguiram se mudar para um apartamentinho levemente melhor em Hackney, onde conheceu Tyler Buxton. Foi uma vez até a academia após um turno longo no qual perdera uma criança, sentindo uma necessidade de socar algo. Continua frequentando o local até hoje, mesmo que ninguém tenha morrido.
Em 1998, estava formado em neurologia. Continuava com Lizzie e agora tinham uma filha já com quatro anos - Chioma (Deus é bom). No entanto, Elizabeth estava já saindo com um outro cara fazia uns dois anos, e Obinze sempre teve vários casos. Decidiram então se separar, uma vez que Obinze obviamente já havia obtido seu visto e agora trabalhava no Charing Cross Hospital.
Se mudou para o outro lado da cidade, para ficar mais próximo do hospital. Passou cinco anos atendendo, especialmente crianças. O que mais lhe assustava era a quantidade de pais que levavam seus filhos até ele para que curasse sua transsexualidade - e Obinze tentou. Diversas vezes, acreditando fielmente na medicina. Até que um dia enfim percebeu que não era neurológico e resolveu voltar a estudar: dessa vez, psiquiatria, mas sem parar de exercer neurologia.
Em 2008, tinha as duas formações e se tornou um médico de grande procura e importância na cidade. A vida ficava cada vez melhor: o dinheiro até sobrava no fim do mês, e cada vez mais. Começou a doar grandes quantias para familiares na Nigéria, para ONGs e o que fosse, mas o dinheiro continuava sobrando.
Decidiu então começar a viver como nunca imaginou antes. Comprou primeiro uma moto - que depois virou duas - e depois um loft em Hammersmith and Fulham. Começou a viajar mais, dava o que sua filha precisava. Conheceu diversas mulheres e se esqueceu delas pouco depois. Continua vivendo assim: um bon vivant.
- FAMÍLIA E RELACIONAMENTOS
Mãe: Ifemelu Adichie Nwora - Morreu quando Obinze tinha 1 ano. Era uma mulher religiosa, extremamente ligada à cultura igbo.
Pai: Ngozi Chimmammanda - Ainda mora em Lagos e Obinze o visita algumas vezes por ano. Não trabalha mais e vive uma vida confortável graças ao filho, com a nova esposa e novas crianças.
Ex-mulher: Lizzie McLaren. Continuam bons amigos, mesmo que tenham se afastado durante o tempo com o qual ela foi casada com Harry Winston.
Filha: Chioma Chimunaya. Possuem um relacionamento tranquilo, mesmo que não muito apegado por morarem distantes e Obinze passar um bom tempo no hospital. Só fala com ela em igbo e a batizou com um nome étnico também, por pedido de seu pai. A leva ocasionalmente para a Nigéria e tenta passar os costumes de lá, mesmo que não dê muito certo.
Alto, com 1,90 e corpo grande - tanto de composição física quanto pelo boxe, esporte que tenta praticar pelo menos 3 dias na semana. Tem a pele bem negra e o cabelo crespo, que quase sempre está raspado. Nunca faz a barba, que já possui alguns fios grisalhos, a não ser que seja obrigado por algum procedimento médico - o que é bem mais frequentemente do que desejava. Se preocupa bastante com a própria aparência, especialmente quanto às roupas e ao corpo. Talvez esteja passando por uma crise de meia idade.
Sempre tenta compreender o outro e ajudar, até mesmo por ter passado por muiras dificuldades na própria vida. É divertido e está sempre sorrindo, o que treina mais e mais para sempre poder passar uma boa sensação para qualquer paciente que tenha. No entanto, ainda carrega consigo muito da cultura nigeriana e portanto não consegue entender muito bem as coisas. Tem sim um lado machista, patriarcal um pouco aparente mas que tem suavizado com o passar dos anos, tanto por passar a andar mais com mulheres inglesas de concepções diferentes das suas quanto por causa de sua profissão e local no qual trabalha. Gosta de viver bem, agora que sabe o que é isso, e também gosta bastante de experiências de quase-morte: pilota a moto mais rápido do que devia, faz snowboard, surfa, participa de corridas, pula de para-quedas e o que mais aparecer pela sua frente.